Em síntese, pode-se dizer que a prática de atenção plena atua nas chamadas funções executivas do cérebro, promovendo um aumento da autorregulação por suas ações no controle da atenção, na regulação emocional e nos processos da autoconsciência. A autorregulação é a capacidade que nos permite atingir nossos objetivos da maneira mais adequada ao longo de toda a vida, e os dados disponíveis mostram que essa habilidade tem alta correlação com vários aspectos positivos como o desempenho escolar, a manutenção da saúde ou a boa escolha profissional e correlação negativa com problemas com o uso de drogas ou transgressões legais.
A capacidade de autorregulação é variável entre as pessoas, mas pode ser aprendida e, portanto, é desejável que se busque aprimorá-la por meio da educação. Na verdade, isso corresponde ao que chamamos de aprendizagem socioemocional: o desenvolvimento de competências como a autogestão, a autoconsciência, a consciência social, as habilidades relacionais e as tomadas de decisão conscientes. Essas competências são estimuladas pela meditação, e essa é uma razão muito convincente para que ela seja introduzida no processo educacional. Existem, em todo o mundo, muitas experiências da prática de mindfulness em ambientes escolares, e vários estudos já constatam os resultados positivos dessa introdução.
Dra. Regiane Souza Neves